Ontem foi um dos raros dias em que eu não tinha nada pra fazer pela manhã e à tarde. E é claro que não perdi tempo, né? Chamei minha super amiga Xu (também conhecida como Priscyla) para juntas resolvermos coisas da viagem. A intenção era começar a ver algumas roupas para levar e tomar as vacinas que o Infectologista recomendou. E eu já estava me preparando psicologicamente para as quatro furadas que iria levar: Febre tifóide, Hepatite B, Meningite e Raiva.
Comecei a explicar que em Janeiro irei para o Quênia, em um trabalho missionário, e tal... Depois de muitos comentários sobre as milhares de doenças que eu posso encontrar por lá, com uma médica e três enfermeiras confabulando sobre os riscos, fui liberada para a vacina.
Meu braço esquerdo foi vítima da furada contra Meningite, e o direito levou a Febre tifóide. A vacina anti-rábica foi cruelmente disparada na minha coxa esquerda. Saí do hospital com a sensação de estar carregando dez quilos em cada braço e na perna.
Saímos do hospital, e o plano era tomar a vacina de Hepatite B em um posto de saúde e começar a olhar as roupas. Fomos em um posto e descobrimos que a médica responsável estava de férias, por isso não estavam aplicando vacinas. Com o horário de almoço, esperamos duas horas até que os postos reabrissem. Tricotamos, demos uma passada lá na igreja (e acabamos ajudando com a decoração de Natal) e por fim fomos almoçar.
Devidamente alimentadas, saímos para o posto "mais próximo". Xu me perguntou se passava algum ônibus por lá e eu disse que não - teríamos que ir a pé. Caminhamos no auge da preguiça sob um sol torrante, para enfim chegar no posto e descobrir que... estava faltando água, não poderiam vacinar.
A essa altura, os dez quilos em cada braço tinham aumentado pra vinte. Resolvemos deixar nossa tarde de compras para depois. Na saída do posto, descobrimos que o ônibus circular da universidade passava bem perto do posto - não precisávamos ter andado tanto. Descemos no shopping, brindamos com uma água de coco, e cada uma foi pro seu lado.
Chegando em casa, não me contentei em desistir da vacina contra Hepatite B. Peguei o carro e fui à procura de um posto de saúde. Eu achava que sabia onde era, mas tive que rodar bastante até finalmente encontrar o local. Entrei na sala, contei pras enfermeiras que já tinha tomado três vacinas, e que só me restava a coxa direita. Elas perdiram que eu fosse procurar a enfermeira superior a elas e lhe perguntasse se eu podia, depois de três aplicações, tomar mais uma.
Conversa vai e vem, muitos minutos depois, consegui ser liberada. Essa era a terceira e última dose de Hepatite B. Encarei bravamente mais uma furada e fui para casa. Descobri como a decisão de não ter ido às compras foi sábia. Senti o corpo amolecer, as furadas do lado direito doíam muito, e não resisti à cama. Dormi cerca de duas horas e ainda acordei meio baleada.
Depois de um dia alegremete doloroso, aproveitando uma ótima companhia, penei até achar uma posição na hora de dormir pra valer. Acordei hoje ainda com dores no corpo. Pentear o cabelo, por exemplo, foi um grade sacrifício... E ainda não acabou. Semana que vem tem mais uma dose de anti-rábica e uma de Hepatite A. E, no fim de dezembro, termino a profilaxia contra Raiva.
E é isso... só faltam 37 dias!!!
Irmãzinha, embora esteja sofrendo com as dores das agulhadas vc fez muitíssimo bem resistindo bravamente, pois devemos cuidar do nosso corpo, que é templo do espírito santo! Essa é mais uma prova de amor e dedicação ao seu Chamado!
ResponderExcluirEstamos orando por você!
Brigada, Ari! Muito bom saber que eu estou coberta pelas orações de vocês...
ResponderExcluirBeijos!