quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Faltam 38 dias - Devidamente imunizada

Ontem foi um dos raros dias em que eu não tinha nada pra fazer pela manhã e à tarde. E é claro que não perdi tempo, né? Chamei minha super amiga Xu (também conhecida como Priscyla) para juntas resolvermos coisas da viagem. A intenção era começar a ver algumas roupas para levar e tomar as vacinas que o Infectologista recomendou. E eu já estava me preparando psicologicamente para as quatro furadas que iria levar: Febre tifóide, Hepatite B, Meningite e Raiva.

Chegamos no Hospital Giselda Trigueiro já com um certo atraso, e a primeira dificuldade foi me explicar. As vacinas de Febre tifóide e Meningite não são aplicadas para qualquer pessoa na rede pública, já que, segundo as médicas do local, o governo não manda doses suficientes pra atender a todo mundo que simplesmente quer essas vacinas. É preciso ter uma boa justificativa.

Comecei a explicar que em Janeiro irei para o Quênia, em um trabalho missionário, e tal... Depois de muitos comentários sobre as milhares de doenças que eu posso encontrar por lá, com uma médica e três enfermeiras confabulando sobre os riscos, fui liberada para a vacina.

Meu braço esquerdo foi vítima da furada contra Meningite, e o direito levou a Febre tifóide. A vacina anti-rábica foi cruelmente disparada na minha coxa esquerda. Saí do hospital com a sensação de estar carregando dez quilos em cada braço e na perna.

Saímos do hospital, e o plano era tomar a vacina de Hepatite B em um posto de saúde e começar a olhar as roupas. Fomos em um posto e descobrimos que a médica responsável estava de férias, por isso não estavam aplicando vacinas. Com o horário de almoço, esperamos duas horas até que os postos reabrissem. Tricotamos, demos uma passada lá na igreja (e acabamos ajudando com a decoração de Natal) e por fim fomos almoçar.

Devidamente alimentadas, saímos para o posto "mais próximo". Xu me perguntou se passava algum ônibus por lá e eu disse que não - teríamos que ir a pé. Caminhamos no auge da preguiça sob um sol torrante, para enfim chegar no posto e descobrir que... estava faltando água, não poderiam vacinar.

A essa altura, os dez quilos em cada braço tinham aumentado pra vinte. Resolvemos deixar nossa tarde de compras para depois. Na saída do posto, descobrimos que o ônibus circular da universidade passava bem perto do posto - não precisávamos ter  andado tanto. Descemos no shopping, brindamos com uma água de coco, e cada uma foi pro seu lado.

Chegando em casa, não me contentei em desistir da vacina contra Hepatite B. Peguei o carro e fui à procura de um posto de saúde. Eu achava que sabia onde era, mas tive que rodar bastante até finalmente encontrar o local. Entrei na sala, contei pras enfermeiras que já tinha tomado três vacinas, e que só me restava a coxa direita. Elas perdiram que eu fosse procurar a enfermeira superior a elas e lhe perguntasse se eu podia, depois de três aplicações, tomar mais uma.

Conversa vai e vem, muitos minutos depois, consegui ser liberada. Essa era a terceira e última dose de Hepatite B. Encarei bravamente mais uma furada e fui para casa. Descobri como a decisão de não ter ido às compras foi sábia. Senti o corpo amolecer, as furadas do lado direito doíam muito, e não resisti à cama. Dormi cerca de duas horas e ainda acordei meio baleada.

Depois de um dia alegremete doloroso, aproveitando uma ótima companhia, penei até achar uma posição na hora de dormir pra valer. Acordei hoje ainda com dores no corpo. Pentear o cabelo, por exemplo, foi um grade sacrifício... E ainda não acabou. Semana que vem tem mais uma dose de anti-rábica e uma de Hepatite A. E, no fim de dezembro, termino a profilaxia contra Raiva.

E é isso... só faltam 37 dias!!!

domingo, 27 de novembro de 2011

Faltam 41 dias - Unazungumza Kiswahili?

Não. Respondendo ao título, eu não falo Suaíli, mas preciso começar a aprender já - nem que seja o básico do básico, aquelas frases prontas que a gente aprende só pra sobreviver.

Em vários países da África, são reconhecidos como idiomas oficiais algumas línguas de origem tribal. A África do Sul, por exemplo, tem 11 idiomas oficiais! No Quênia, são apenas dois: Inglês, já que o país foi colônia britânica, e Kiswahili (para nós, Suaíli), falado também na Tanzânia, em Uganda e outros.

Antes de falar do suaíli, uma consideração sobre o inglês. Estudei esse idioma por quase 7 anos, e sou professora desde 2008. De verdade, não existe quase nada mais difícil do que entender um africano falando inglês. Tenho uma amiga da Nigéria, e lembro que, nos primeiros dias conversando com ela, tinha que pedir diversas vezes que ela repetisse ou falasse mais devagar. Acho que no Quênia não será muito diferente. Outro dia estava ouvindo uma música queniana, e devo ter levado alguns bons minutos até descobrir que estava sendo cantada em inglês.

Quanto ao suaíli, é uma língua diferente de qualquer coisa que eu já tenha estudado ou escutado. Com certeza, não vai dar pra eu aprender em 40 dias essa língua completamente nova, mas quero me esforçar e decorar pelo menos algumas frases e palavras. A boa notícia é que encontrei muitos dicionários e guias de suaíli na internet. Aqui vai uma listinha básica de frases pra decorar.


Mas a melhor de todas ainda está por vir. Você lembra dos nossos amigos Timão e Pumba? Pois é, quem assistia esse desenho certamente se lembra da frase "Hakuna Matata", que era o lema da dupla. Descobri que Hakuna Matata é uma expressão em suaíli, e muito usada, que significa "tudo bem" ou "ok". Legal, né?

Bem, vou ficando por aqui...
Que na semana de vocês tudo seja hakuna matata!
Kwaheri!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Faltam 43 dias - Não tem Mc Donald's

É. Quem me conhece bem sabe que eu e o Mc Donald's temos uma história de amor interminável. Quando eu vejo aquele M gigante amarelo, já me sinto em casa. Eu sei, você vai dizer que o Mc engorda, faz mal à saúde e tudo... mas o amor é cego, não é? Nesse caso, surdo e analfabeto também.

E é óbvio que eu tinha que pesquisar sobre a existência do meu restaurante favorito, mas não estava preparada para ficar sabendo desta realidade cruel: Não tem Mc Donald's. Não tem! Você já ouviu falar nas Marianas Setentrionais ou na Nova Caledônia? Pois é... até lá o Ronald Mc Donald's amarrou sua tenda, e no Quênia não.

Mas vamos olhar pelo lado ótimo da coisa: eu vou poder aproveitar melhor a culinária local. Então comecei a pesquisar quais seriam os pratos típicos do Quênia. E o resultado está aqui:

Ugali: é a comida preferida dos quenianos. Trata-se de um bolo de farinha de milho. É servido com carne ou peixe ensopados com legumes e verdura.

 



Sukuma Wiki: um ensopado feito de legumes e verduras, principalmente couve. Seu nome significa "pra esticar a semana" - já que ele é preparado para ser consumido praticamente todos os dias. Geralmente acompanha o Ugali.
Chapati: um pão redondo e macio, feito sem fermento. Pode ser servido puro ou acompanhando cozidos.







Githeri: uma mistura de milho cozido e feijão, levemente fritos com cebola.






Wali: arroz cozido em leite de coco. Esse prato é consumido principalmente no litoral, onde não faltam coqueiros.









Nada muito esquisito, né? No Quênia, também se come muito farinha e saladas de verdura com frutas (manga, banana, abacaxi...). E, pelo que li, não é comum tomar bebidas frias durante as refeições. Eles geralmente bebem chá ou café enquanto comem.

A boa notícia, depois de tudo isso, é que eu adoro provar comidas de outras culturas. Já perdi as contas de quantas vezes passei mal por tentar provar comida coreana, por exemplo - e isso inclui algas e (muita!) pimenta.

Comida é uma parte importante da cultura, e, na minha opinião, provar da culinária do outro é interessante - principalmente se você está lá. Ou será que nós não nos sentiríamos ofendidos se um gringo, dentro da nossa casa, fizesse cara feia pro nosso feijão com arroz?

A abstinência vai ser grande, e já estou pensando em fazer uma "Semana Mc Donald's" quando voltar. Segunda, Big Mac. Terça, Mc Cheddar... e por aí vai!

Estou adorando pesquisar sobre o Quênia. Cada coisa que descubro me deixa ainda mais animada e ansiosa pelo grande dia... aliás, só faltam 42!!!

sábado, 19 de novembro de 2011

Faltam 49 dias - Grana/Dinheiro/Bufunfa

Sempre tem aquele assunto delicado, no qual a gente faz de tudo pra não tocar. Pra mim, esse assunto é finanças. Comecei a trabalhar aos 14 anos, e desde então sempre tive meu dinheiro - mesmo que pouco. Fora a minha família, nunca gostei da ideia de ter que pedir emprestado (ou mesmo dado) de outra pessoa.

Quando entreguei minha vida para missões, passei muito tempo quebrando a cabeça, pensando de que forma eu levaria a vida sem ter que pedir nada a ninguém. Ficava pensando em formas de me sustentar sem precisar de gente que me apoiasse nessa área. E cheguei à conclusão de que eu estava errada, e que o nome desse pecado era orgulho.

De verdade, ainda é difícil. Imagina você ter que pagar suas contas, criar filhos, comprar coisas das quais precisa, etc, dependendo de um recurso que você nem sabe se virá! É um teste diário de fé. Conheço missionários que, a cada mês, têm que fechar os olhos e confiar que Deus vai prover. Daí eu olho pra mim mesma e penso: foi isso que eu escolhi! E o meu desejo de estar em missões não pode ser maior que esse orgulho sem razão.

Quando voltei da minha última viagem missionária, da Argentina, meu pastor disse que era hora de deixar a igreja participar mais - inclusive financeiramente. No dia 30 de outubro, contei à igreja sobre a ida ao Quênia. Depois de respirar fundo muitas vezes e fazer longas pausas para pensar nas melhores palavras, admiti que precisava de ajuda. E qual não foi minha surpresa quando, ao final do culto, várias pessoas se propuseram a ajudar! Fiquei muito sensibilizada e grata a Deus. Foi um banho de água fria no meu orgulho.

Infelizmente, o mal uso que muitas Igrejas têm feito dos dízimos e ofertas tem criado perante à sociedade uma imagem horrível: a ideia de que igreja é lugar de pedintes, mercenários, ladrões... Sim, gente. Tem muita gente usando o nome de Deus para pedir, mas agindo como o diabo para gastar. Quero, de coração, que você entenda que não é assim.  Salvação não se compra, cura não está em objetos e você não vai ser mais feliz se comprar óleo tal, fronha tal, bíblia tal... Precisamos acreditar que pessoas que pregam essa mentira são minoria, e que elas receberão o castigo que merecem por explorarem a ingenuidade de crentes de boa fé.

Meu pai me ensinou que precisamos dar às pessoas a oportunidade de se sentirem úteis. Tem gente que, ao contrário de mim, não pode ir para missões, mas deseja participar. Existem várias formas de fazer isso, e uma delas é contribuir financeiramente.

Ainda estou lutando contra mim mesma, e estou aprendendo... E se você está disposto a participar da minha viagem comigo, eu estou disposta a aceitar sua ajuda.


Visite a nova página que criei, a aba Quer ajudar?.

Por hoje é só! Estou sonhando com o Quênia dia e noite...
Deus abençoe você!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Faltam 53 dias - Saúde

Tenho convicção que Deus não dá a alguém nada menos do que essa pessoa precisa para cumprir a missão que lhe foi dada. Mesmo as nossas imperfeições podem ser moldadas e adequadas de forma a atingirmos nosso objetivo do reino.

Há 7 anos, venho sofrendo com enxaquecas sérias. A última crise começou ontem, domingo, e me rendeu duas visitas ao hospital: uma com 2h de duração e outra com 12h! Foi difícil e frustrante, como sempre. Por eu ser tão ativa, poucas coisas me fazem tão mal quanto estar de mão atadas por limitações de saúde.

Mas há algum tempo tenho decidido não esmorecer, não me prostrar diante da dor. Sei que preciso me cuidar e procurar hábitos mais saudáveis, mas reconheço também que a mão do meu Deus é forte o suficiente para me fazer ir e voltar em paz, tendo cumprido meu chamado.

A ida ao Quênia é um desafio à minha saúde. Além dos problemas que já tenho, principalmente os gástricos e a enxaqueca em si, há vários outros cuidados importantes que devem ser tomados antes, durante e depois da viagem.

Agora, o que mais me deixa alerta é a questão da malária - uma doença transmissível pela picada de um inseto, e que tem seu maior nível de contágio durante o verão, justamente quando estarei lá. Além disso, existem outros detalhes como a potabilidade da água, as condições sanitárias e outros males como a cólera.

São muitos detalhes, e vale a pena estudar como me prevenir e me cuidar caso adoeça por lá. Preciso aprender também sobre alguns cuidados emergenciais básicos, como o que fazer caso seja picada por uma cobra ou aranha.

Não tenho orado a Deus por uma saúde perfeita e impecável, até porque conheço pessoas com limitações infinitamente maiores, mas que estão lá, felizes por estarem dizendo "sim" a missões!

Nas próximas postagens, vou dar mais detalhes sobre idas ao médico e essa questão da preparação da saúde, afinal, o meu corpo é templo do Senhor, e tenho que zelar por ele com todo o cuidado!

Por hoje é isso... faltam 53 dias!!! Muito feliz!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Faltam 57 dias! - Graça

Graça é uma das qualidades mais lindas de Deus, e que dizer favor não merecido. Penso na graça como um presente surpresa, algo que não esperamos nem merecemos, mas mesmo assim está lá, pra nos fazer mais felizes.

E na última terça-feira eu tive um presente desses...

Estou estagiando desde julho deste ano. Ainda no processo seletivo, me perguntei como ficaria a viagem missionária caso eu começasse um novo trabalho, já que eu só poderia ter férias em julho de 2012. Não precisei nem pensar muito antes de tomar minha decisão.

Resolvi que esse é um compromisso que não tem como deixar pra depois! Além disso, não é algo que eu queira adiar... Pelo contrário! Os onze meses de fevereiro a dezembro se resumem a sonhar com o destino missionário de janeiro.

Apesar de querer muito o estágio, decidi dizer, na hora da entrevista, que eu tinha um compromisso inadiável durante todo o mês de janeiro. Quem trabalha sabe como esse mês é disputado pra férias! Por isso nem estranhei quando a coordenadora me perguntou: "Mas logo janeiro?". Respondi que sim, que não podia mudar a data.

Saí de lá sem nada definido, coloquei minha aprovação nas mãos de Deus e disse a Ele que entre abandonar um trabalho e abandonar meu compromisso com Ele, eu preferia a primeira opção. E não é mentira. Ele sabe a sinceridade com que falo isso.

Comprei a passagem aérea literalmente pela fé (depois conto os detalhes), sem pedir permissão em nenhum dos dois trabalhos. Meu primeiro presente surpresa foi ver que minhas férias da escola onde trabalho (sem ser o estágio) foram programadas para janeiro! Lá, o sistema é de rodízio, e, como minhas últimas férias foram eu janeiro, na próxima eu teoricamente ficaria em dezembro. Mas, pela graça, o Senhor resolveu isso por mim, sem que eu precisasse falar com ninguém.

E a surpresa da terça-feira veio em uma reunião. Eu já havia chegado ao estágio disposta a conversar novamente com minha coordenadora, ia fazer isso após nos reunirmos com o resto da equipe. Ela tomou a palavra e começou a falar do calendário de fim de ano. De repente, a fala inesperada: "E temos que lembrar que, em janeiro, não podemos contar com Ana Lu. Ela vai fazer uma viagem, e já tinha me falado sobre isso".

Quis pular, de verdade! Quando coisas assim acontecem, quase consigo ouvir Deus falar um "tá vendo só?". É como uma confirmação, meu Pai assinando embaixo, aprovando o que tenho colocado aos pés Dele, me presenteando com sua graça - a qual eu, definitivamente, não mereço.

Tem uma música linda, que é como o próprio Deus falando que o agir pertence a Ele, e nosso trabalho é confiar. Você pode escutá-la acessando este link. Deixo com vocês a letra, feliz porque só faltam 57 dias!

Não tenhas sobre ti
Um só cuidado
Qualquer que seja
Pois um, somente um
Seria muito para mim

É meu, somente meu
Todo trabalho
E o teu trabalho
É descansar em mim

Não temas quando, enfim
Tiveres que tomar decisão
Entrega tudo a mim
Confia e todo o coração

É meu, somente meu
Todo trabalho
E o teu trabalho
É descansar em mim

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Faltam 59 dias! - O lugar pra onde vou


Confesso que, quando comecei a procurar uma base, o interesse por achar um lugar era tanto que eu nem fui tão seletiva. Alguns nomes me assustavam de cara, como "Líbia", mas outros, com "Angola", me causavam uma certa simpatia. O que eu queria mesmo era um destino, então não li muito sobre os países que integrariam minha lista de candidatos. Não escolhi o Quênia depois que pensar ou pesquisar muito. Foi vendo o site da base que me animei para ir. Aí sim, comecei a estudar...

O Quênia fica na costa leste da África, e é banhado pelo Oceano Índico. Faz fronteira com Sudão do Sul, Etiópia, Somália, Tanzânia e Uganda. O país foi colônia do Reino Unido, e só se tornou um estado independente em 1963.

 Mapa do Quênia

Os números não são muito favoráveis ao Quênia. O sistema de saúde ainda é precário, e apenas 2% da população consegue atingir os 65 anos de idade. Nem 75% de seus quase 35 milhões de habitantes são alfabetizados. O Quênia ocupa a 142º posição no Índice de Desenvolvimento Humano, posição considerada baixa nesse ranking.

Mas vamos falar de coisas boas! O Quênia é um país lindo. Consegue abrigar praias exuberantemente azuis em seu litoral, montanhas nevadas como o Monte Quênia e os maravilhosos lagos Victória e Turkana, essenciais para o abastecimento de água do Quênia e vários de seus vizinhos.

Os idiomas oficiais do Quênia são Inglês (tá no papo!) e Swahili. E, acredite ou não, eu encontrei na internet vários dicionários dos quais não vou me desgrudar!

A base para onde vou fica na cidade de Athi River, cerca de 50km ao sul de Nairobi. Para quem lembra das aulas de Geografia em que estudávamos vegetação, Athi River está imersa numa paisagem de savana. Da base, é possível ver girafas (sim, girafas!) e outros animais selvagens passeando.

 Foto tirada da base de Athi River

Na YWAM Athi River, desenvolvem-se trabalhos de evangelismo, visita a escolas e pessoas enfermas, pré-escola, tutoria de crianças em situação de risco, construção e outros. Vale a pena visitar o site da base. Quem sabe você não encontra um projeto que queira apoiar?

As instalações da base são bem simples (os banheiros, por exemplo, são latrinas – aquele buraquinho no chão – e não há água encanada para banho). Mas como quem está apaixonado nunca olha para o lado “ruim”, saber disso não me deixou nem um pouquinho menos entusiasmada.

Esse é um retrato visto de muito, muuuito longe. Estou contando os dias para chegar lá e dizer pra vocês cada detalhe da minha nova casa.

Faltam 59 dias!!!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Faltam 60 dias!


Sim! Faltam 60 dias para eu embarcar pro Quênia!
Mas deixa eu contar como tudo isso começou...

Nasci em 1990, em um lar cristão. Como meus pais sempre estiveram bem envolvidos em atividades na igreja, pra mim foi muito natural querer achar uma área de atuação. Desde novinha, gostava de participar do louvor e grupos teatrais.

Em 2007, me senti chamada para Missões durante a campanha "Acende uma Luz", com foco em missões mundiais. Por muito tempo, conciliar minhas atividades com o desejo de ir foi uma tortura. Questionei muito até que ponto valia estar trabalhando e fazendo faculdade, se o que eu queria mesmo era ir.

Em 2010, resolvi tirar um tempo para estar no campo. Tranquei os estudos, pedi demissão dos meus dois empregos e fui passar 3 meses em uma base da Jocum em Lausanne, na Suíça. Eu já tinha estado lá antes, em 2008, para um impacto missionário de duas semanas. Como já conhecia pessoas de lá e tenho um irmão que mora na base com sua família, achei que esse seria um bom começo. Foi uma experiência linda e muito marcante. Trabalhei nos setores de hospitalidade, cuidado de crianças e eventos, além de ajudar em tarefas relacionadas à limpeza da base e à cozinha. Além, é claro, do louvor e evangelismo.

No início de 2011, o destino foi a Argentina. Passei o mês das minhas férias trabalhando na base de Ushuaia – a cidade mais ao sul do mundo. Além de ajudar nos trabalhos internos da base (que envolviam limpeza, cozinha e até mesmo construção), tive a oportunidade de sair para evangelismo uma vez e de pregar em um acampamento de jovens. Foi um grande desafio, mas valeu a pena.

Ainda na Argentina, comecei a pensar na África como meu destino seguinte. Ao longo de 2011, entrei em contato com bases na Angola, em Moçambique e no Senegal... até que me apaixonei pelo Quênia! E o melhor: fui correspondida! No dia 07 de outubro, recebi um email dizendo que fui “aprovada” para um mês de voluntariado em missões.

E é isso. Só faltam 60 dias para viver um mês fazendo o que eu mais gosto: estar em missões!