Retomando de onde parei... O voo que saía de São Paulo atrasou nada menos que 1h30! Talvez tenha sido pela chuva que deu à tarde. Na verdade, chuva é bondade minha. O céu praticamente caiu, estava frio até dentro do aeroporto, e o vento só faltava arrancar as pessoas do chão. Eu não tenho problema nenhum em voar, mas confesso que dessa vez tive medo. E até nisso a fidelidade de Deus se manifestou. Na hora da decolagem, não havia uma nuvem sequer no céu!
Quando entrei no avião, tive vontade de chorar. Eu nunca tinha visto algo tão espaçoso e confortável. Minha poltrona era a 34F. Quando cheguei na fileira 33, foi dando aquela emoção. Então percebi que terminava ali a primeira classe. Meu assento inaugura a classe econômica - digo, SUPER econômica. Porque se eu tivesse uns 5 quilinhos a mais acho que nem entraria na cadeira! Mas tudo bem... Na minha frente não havia assentos, então tinha espaço o suficiente pra esticar as pernas.
Um detalhe: no aeroporto de Guarulhos, faltando umas 2h para a minha saída, algum problema no sistema de ventilação começou a lançar uns pelinhos por todo o aeroporto. Parecia enchimento de travesseiro triturado. Quando o primeiro deles bateu na ponta do meu nariz, a alergia disparou. Mais perto da saída do voo, tomei um remédio potência máxima, e quando me sentei no avião eu já estava caindo pelas tabelas, doida para dormir. Seria fácil se não fosse a bebezinha da fileira do meu lado. Ela não se contentou em chorar... Ela teve que chorar a noite inteira, sem parar! Em alguns momentos eu quis gritar e espernear mais do que ela, pra ver se assim ela desistia. Então, em meio aos gritos da menina nada solidária, dormi em doses homeopáticas.
Só de manhã resolvi puxar conversa com a menina que estava do meu lado. Ela se chama Giana, também é evangélica e trabalha como advogada em São Paulo. Conversamos bastante, encontramos muitas afinidades, e no final ela ainda me deu um dicionário de dialetos africanos, inclusive o Swahili, falado aqui no Quênia. A conversa com Giana fez o tempo passar mais rápido, e quando olhei de novo pela janela, já estava sobrevoando a África. Fiquei emocionada e quis gritar "Genteeee, eu não acreditooooo!!!", mas tive pena dos outros passegeiros e resolvi me conter.
Por causa do atraso em São Paulo, cheguei em Joanesburgo em cima da hora pra fazer o check in. Eu achava que iria perder o voo, mas graças a Deus minhas perninhas curtas e gordas deram conta do recado, e consegui chegar a tempo do embarque. Quando sentei no ônibus, ofegante pela corrida, comecei a rir sozinha, sem acreditar que eu estava ali.
E aqui vai uma pausa para reflexão. Eu não sou ninguém e não mereço nada. Não posso dizer que eu batalhei por tudo o que estou vivendo, ou que isso é uma conquista. Meu papel nisso tudo é mínimo. Sou diariamente cercada pela graça de Deus, e tudo o que tenho feito é deixá-lo livre para me guiar por onde Ele quiser. E, pra minha surpresa e completa alegria, Ele me trouxe aqui!
Bem, entrei no avião pela quarta vez desde que saí de Natal. O voo foi muito tranquilo... Quando desembarquei no aeroporto, resolvi obedecer à recomendação de mamãe e comprei um pano para cobrir a calça jeans. Não tinha certeza se chegar não usando saias iria causar algum tipo de transtorno, então não arrisquei e comprei essa aqui:
Passei pela moça mal-humorada da imigração, mas não quis acreditar que todo mundo era daquele jeito. E eu estava certa! O carinha que me atendeu na alfândega foi pura simpatia! A partir daí era oficial: cheguei no Quênia!
Na área de desembarque, havia dezenas de pessoas segurando plaquinhas com os nomes de quem estavam esperando. Procurei, procurei, até que li "Ana Luiza - YWAM Athi River". Que alívio! Estavam me esperando dois obreiros da base, Kevin, do Quênia, e Fiso, de Ruanda.
Pegamos um engarrafamento monstruoso na saída do aeroporto, o que me deu tempo de fazer muitas perguntas e responder a várias outras também. Depois que saímos do engarrafamento, levamos mais uns 40 minutos pra chegar até a base. Ah! E aqui é mão inglesa. O motorista fica do lado direito do carro, e ocupa a faixa da esquerda.
Fui muito bem recebida por todos que estava por aqui, ouvindo "Karibu" (bem-vinda, em suaíli) diversas vezes. Primeiramente fui recepcionada por uma missionária da Romênia chamada Elissa, mas logo depois descobri que não era no quarto dela que eu iria ficar. Me mudei para o quarto de Mulenga, uma moça da Zâmbia. O quarto é simples, mas tem uma cama – e isso é tudo que eu preciso!
Jantei arroz com ensopado de carne, conheci um monte de gente, mas não agüentei ficar acordada por mais tempo. Às 20h10 eu incorporei a Bela Adormecida. Mas também, depois de uma jornada que durou mais de 30 horas, não dava pra bancar a Cinderela, né?
Que bom, filha! Voce chegou!!! Amei sua manta nova e o seu quarto. Tava torcendo que nao fosse um beliche. Estou muito feliz por voce. Beijos e Deus te abençoe.
ResponderExcluirMinha delicinha estou amando acompanhar os seus dias e principalmente saber que tudo estar andando maravilhosamente bem! Amei sua manta novaa ;) beijo os.
ResponderExcluirUfa! Que bom que chegastes bem lindinha!
ResponderExcluirDeus te abençoe. bjs potiguares
Que bom que vc chegou bem!!!!
ResponderExcluirQuerida irmã em Cristo Jesus e de consideração por que vc querendo ou não eu encarnei na tua família como se foste minha tb, só hoje tive a grade oportunidade de visitar este espaço aqui na net seu blog e fiquei muito feliz de ler tudo com muita atenção e agora orar por tua vida e tua missão que nosso Deus possa te usar de maneira grandiosa onde vc for ai e te proteger tb ficamos nos aqui a nossa Juventude da IBP orando muito por vc e tua vida se cuida estamos todos juntos em oração!
ResponderExcluirWesley Lima